quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ela quando lá o viu...

Quando eu chego, ele vem receber-me à porta. Sorriso guloso, olhos grandes como o Mundo, mãozinha rechonchuda no ar em jeito de boas vindas. Eu devolvo-lhe o sorriso, assim muito depresssa como quem tem medo, e depois escondo a cara no ombro da mamã. Espreito, enquanto a mamã fala com a S. sobre "aquelas-coisas-todas-que-as-mães-nunca-podem-esquecer-de-dizer-às-educadoras". Por entre as pernas da S., ele faz 'coucou'. E rimos os dois, como uns perdidos, daquele momento só nosso. Depois vamos brincar, que a S. já se esqueceu de nós e a mamã, - que é daquele tipo de pessoas a quem não escapa nada, mesmo que pareça concentradíssima "naquelas-coisas-que-as-mães-nunca-podem-esquecer" - abala porta fora da creche a cantarolar uma canção muito conhecida do Carlos Paião: "Então, bate bate coração..."

1 comentário: