sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal, mamã

Mesmo quando tudo falha... eu estou aqui mamã! E isso já é tudo. Feliz Natal!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Fui ao teatro!




Quando a mamã ouviu dizer que a peça demorava uma hora e um quarto até ficou com os cabelos em pé! Como é que eu ía estar tanto tempo sossegada?! Mas eu gosto de a surpreender. E assim estive uma hora 'grudada' no palco, fascinada com aquela gente que se vestiu de abelha e beija-flor para cantar e representar para mim! Ai,quem me dera que os grandes andassem assim vestidos todos os dias.... aposto que o Mundo era um lugar bem mais divertido, sobretudo no Inverno, época em que toda a gente teima em andar sempre vestida de preto, cinzento e castanho. Bahhh...
Mas voltando ao assunto, portei-me como uma verdadeira menina grande. Ri, dancei, bati palminhas e, no fim, quando os actores se despediram, acenei com tanta convicção que até houve um passarinho que me disse 'adeus' a mim...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Lá poder, podia...




Juro que não foi obra minha! Mas lá que podia ter sido, podia...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Programa de festas

As férias de Natal da mamã e do papá estão à porta e nós vamos ao teatro aqui, ver uma peça especialmente feita para bebés. Fico tão feliz quando vejo que há cada vez mais pessoas a investir em coisas para gente pequena como eu! Com um bocadinho de sorte - ou como diz a mamã, "se eu me portar bem" - ainda ficamos para umas pinturas faciais com sabor a chocolate...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bericáááááás!



Acordo e peço bolachas. Almoço e quero bolachas. De tarde, penso em bolachas. E à noite, depois de jantar também. Ou seja, eu ando louca por bolachas, que é como quem diz ‘bericás’ no meu linguajar de bebé. Quadradas, redondas, doces ou tostadas, tanto faz - que eu não sou uma rapariga esquisita no que diz respeito ao ‘mham, mham’.
E, se por acaso os ‘grandes’ se fazem de desentendidos, eu vou sozinha à despensa, tiro todos os pacotes de ‘bericás’ que lá encontro, levo-os para a minha cadeira da papa e fico à espera que alguém perceba a mensagem.
A mamã, até acha que eu sonho com bolachas. Isto a avaliar pelo que aconteceu um destes dias, a meio da noite, em que acordei e suspirei: “beericááááá”, antes de me voltar para o outro lado e adormecer de novo!

domingo, 31 de outubro de 2010

De queda em queda

Mas quem disse que correr atrás dos pombos era fácil? Pois não, ninguém disse. Mas eu também não sou rapariga de desistir à primeira dificuldade nem de dar ouvidos a vozes derrotistas. E assim vou crescendo, de queda em queda...

Trabalhos manuais



Por ser Halloween, fizemos doce de abóbora na creche, que colocamos dentro de uma baobrinha de plástico, com um cartão para os papás, que eu fiz questão de assinar com uns rabiscos. Claro que tive muita ajuda da S e da Z, as minhas educadoras, mas - para todos os efeitos - este foi o primeiro resultado do meu talento para os trabalhos manuais.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Para não dizerem que não perceberam bem...

Resolvemos agarrar a ideia da Tia Zizza e fazer o nosso dicionário de 'bébelês'... para mais tarde recordar!


Maamma - Mama
Paappa - Papá
Bébé - Bébé
Daah - Dá
Játá - Já está
Nah - Não
ao ao - Cão
gaco - Gato
bacun - Brinquedo
deszzz - Adeus
baum - Balão
Ba ba - Banana
Mnham Mnham - Comida (!)
Aghua - Água
AAAAAAAAAAAhhhhhhhhhh! - Ó pr'a mim tão furiosa que até era capaz de morder em alguém! (resta dizer que, às vezes, morde mesmo!)

Convalescença emocional

Fiz dói-dói na mão. Malvada da tábua de engomar que logo tinha de seduzir a minha curiosidade quando ainda estava quente. Nada de grave mas, como as tragédias doem sempre, sobretudo quando acontecem pela primeira vez, lá em casa ainda estamos todos em convalescença emocional.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ela quando lá o viu...

Quando eu chego, ele vem receber-me à porta. Sorriso guloso, olhos grandes como o Mundo, mãozinha rechonchuda no ar em jeito de boas vindas. Eu devolvo-lhe o sorriso, assim muito depresssa como quem tem medo, e depois escondo a cara no ombro da mamã. Espreito, enquanto a mamã fala com a S. sobre "aquelas-coisas-todas-que-as-mães-nunca-podem-esquecer-de-dizer-às-educadoras". Por entre as pernas da S., ele faz 'coucou'. E rimos os dois, como uns perdidos, daquele momento só nosso. Depois vamos brincar, que a S. já se esqueceu de nós e a mamã, - que é daquele tipo de pessoas a quem não escapa nada, mesmo que pareça concentradíssima "naquelas-coisas-que-as-mães-nunca-podem-esquecer" - abala porta fora da creche a cantarolar uma canção muito conhecida do Carlos Paião: "Então, bate bate coração..."

Programa de fds





"Quem não tem o que fazer, faz colheres", reza um ditado que por sinal é muito popular. Mas como nem colheres a mamã tinha para fazer, resolveu pôr a energia ao serviço de algo útil, coisa que na dormência do tédio é tarefa assaz complicada. E assim, depois de uma pesquisa nem por isso muito rebuscada, olhem só o monte de programas que podemos fazer no próximo fim-de-semana, aqui bem pertinho de casa...


ODIVELAS
HORA DO CONTO
Dois Braços Para Embalar, Uma Voz Para Contar Laboratório de sensibilização para a leitura, tendo como objetivo fornecer ferramentas e técnicas de animação do livro e da leitura …s crianças e pais. Idade: Dos 09 meses aos 03 anos + Pais Data: Até final do ano (sábado)
Local: Biblioteca Municipal D. Dinis Telefone: 219 320 770 Site: www.cm-odivelas.pt

CASACAIS
TEATRO Mãe-Mão
Espetáculo de música e dança que conta a história de uma criança que queria estar sempre de mãos dadas -- para comer, para dormir, para brincar. Idade: Dos 06 meses aos 03 anos.
Preço: 5 Euros
Data: 02 de outubro
Hora: 10:00 e 11:30 Local: Centro Cultural de Cascais Telefone: 915 816 107 Site: www.teatrodobiombo.com



OEIRAS
ti-Tó-Tis
Um baú mágico, onde a imaginação não tem limites e onde todos nos sentimos bem. O gato, o comboio e o soldadinho são alguns dos amigos que perdem a timidez e convidam o bebé para brincar.
Idade: Até aos 36 meses + Família Data: 25 de setembro Hora: 15:30 e 16:30 Local: Biblioteca Municipal de Oeiras Telefone: 214 406 342 Site: www.cm-oeiras.pt


EXPO
Concertos para Bebés no Oceanário
Os concertos são realizados por uma equipa de profissionais especializados nas áreas de música, psicologia e educação. O seu objetivo principal é estimular, desde cedo, a aptidão musical, despertando o interesse dos pais para a importância da arte musical no desenvolvimento global da criança.
Idade: Até aos 03 anos
Preço: 25 Euros/1 bebé + 2 adultos (inclui concerto e visita ao oceanário) Data: Sábados Hora: 09:00/09:45 Local: Oceanário de Lisboa Telefone: 218 917 002 Site: www.oceanario.pt


CARNIDE
CASA DO ARTISTA
Na Quinta do Tio Manuel
Workshops de Movimento e Música para Bebés e Crianças
Idade: Dos 04 aos 36 meses e dos 03 aos 05 anos
Preço: 15 Euros/02 adultos + 01 bebé
Data: 25 de Setembro
Hora: 15:45/16:45 (04/36 meses); 16:45/17:45 (03 aos 05 anos) Local: Centro de Formação da Casa do Artista (1º piso) Telefone: 933 361 304
Site: www.acasadadanca.com

Lá vamos ter de ir às compras




"Lista de material para a creche - sala 1 ano
4 colas baton grandes
2 cartolinas de cada cor - verde, azul, vermelho, laranja, castanho, branco, rosa e amarelo
Avental para pintar com mangas
1 Embalagem de lápis de cor
1 Embalagem de lápis de cera"

Com tanta coisa, quando fizer cinco anos serei certamente uma artista plástica de reputação mundial...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Chaos a.d. (All Day)

Aqui em cima, na data, deverá ler-se 14 de Setembro, de 2010


Chove, faz sol e a mamã esqueceu-se do chapéu. Abrigou-se no prédio, o autocarro acelerou, fez de conta que não a viu e foi-se embora. A mamã desceu a rua a correr, o vento e a chuva a atravessarem-lhe a blusa fina. Fustigada pelos minutos que corriam mais do que ela estugou o passo. Vitória. Apanhou-o na curva. Mas valia não ter corrido. O raio do autocarro avariou na esquina seguinte. Há coisas que não têm mesmo que ser. E há outras que não há volta a dar. A bebé do M. Já nasceu. Com lesões cerebrais. Está nos cuidados intensivos. A vida é dura para todos, mas para alguns é implacável logo ao primeiro sopro de vida. Não há palavras para o consolar. A T. está internada com uma massa cinzenta no cérebro. Pode ser um cancro, pode ser um coágulo, pode até não ser nada nem coisa nenhuma, mas é seguramente um ponto de interrogação no futuro.
O pai não é má pessoa - e muito menos mau profissional -, mas é respondão. Ou como diria o Nicolau Breyner, naquela série de televisão sobre um condomínio de malucos, a ele ‘ninguém lhe dá baile’. O problema é que agora puseram-no a dançar ao ritmo da música deles. E o final do concerto será o que eles decidirem. A mamã desconfia que ‘eles’ não serão as melhores pessoas do Mundo para se confiar o destino de uma família.
A mamã voltou tarde, mesmo sem ter perdido o autocarro. Outros pingos de chuva a atravessarem a mesma blusa fina. A senhora da creche deposita-me nos braços dela e, assim como quem não quer a coisa, informa que sou a última a ir para casa. A mamã encolhe os ombros. Já não diz nada. Aperta-me contra o corpo. Seguimos rua abaixo. As duas. Sozinhas. Como sempre. Para sempre.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Caminhar sobre o Mundo

Já comecei a reclamar o meu pedaço de chão para caminhar sobre o Mundo, que é como quem diz, 'já comecei a andar' mas com mais veia literária. Soltei amarras na passada sexta-feira 13 - o que só deita por terra a ideia de que tais dias são de azar! - para dois, três passinhos tímidoa, a medo.
Só que o medo a sério - esse que não se resolve nem se explica - é para os grandes... Uma semana depois (outra sexta-feira), encetei a primeira caminhada, movida pelas imagens de um touro a levantar nos cornos uma série de forcados numa notícia da TVI, insurgi-me, lancei-me de rajada para a televisão e no fervor da 'batalha' atravessei a sala. A mamã bateu palminhas. Eu imitei-a. E depois desse entusiasmo franco e óbvio, a mãmã ficou a matutar sobre os meus motivos: serei eu uma futura acérrima defensora da causa dos direitos dos animais? Ou alguém que, valorizando acima de tudo a vida humana, não conseguirá deixar de estender a mão a quem cair por terra? Ai, mamã, tens sempre de atribuir significado a tudo...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Esquecimento 'fatal'

A mamã é despassarada, esse é um facto indiscutível. Mas também não se pode dizer que tenha, coitada, grande ajuda na conservação da vitalidade dos seus neurónios, cada vez mais requisitados para mil e uma tarefas em simultâneo.
Esta manhã, por mais que se esforçasse, a mamã não conseguia prender o cabelo. Ela que tem o cabelo encaracolado, firme e seco como as vagens de milho, olhava espantada para o gancho a escorrer pela novidade das madeixas lisas e indolentes. A mamã já estava prestes a desistir quando passou as lides da véspera em revista, tentando perceber o que tinha provocado tal desconcerto na sua longa cabeleira. Não foi preciso pensar muito: ela no banho, eu a fugir da cadeirinha, a mamã a gritar pela ajuda do papá ou do mano... mas eles a ver futebol não deram sinais de ouvir e a mamã lançou-se em voo picado da banheira, nua e a pingar por todos os poros, antes que eu partisse a tola na bancada de pedra e lá me agarrou no fio da navalha. Depois de tamanha prontidão, só falhou uma coisa: retirar o amaciador do cabelo!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vou fazer yoga



Descobri que vão haver aulas de yoga para miúdos e graúdos aos fins-de-semana de manhã, no Parque das Conchas. 'Bora lá experimentar mãe!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sapatinhos





Demorou um bocadinho, eu sei... mas finalmente já gosto de andar de sapatos! Sabem, agora que estou a começar a dar os primeiros passinhos - sou uma verdadeira campeã a atravessar a 'lonnngaaaa' carpete da sala, desde que seja entre duas cadeiras - reparei que eles até dão muito jeito! E ficam-me bem, não ficam?! É que eu também sou muito vaidosa, hi, hi,hi...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tantos peixinhos!






Está tanto calor neste últimos tempos, que a mamã tem de dar voltas e voltas à cabeça para descobrir sítios fresquinhos para irmos passear. Da última vez teve um ideia genial e à conta dela passámos uma manhã no Oceanário... haviam de ver a minha cara de espanto e felicidade. Só não percebi uma coisa... porque é que não consegui agarrar aqueles peixinhos todos?! Eram tão giros para eu brincar...

domingo, 8 de agosto de 2010

Já fiz um ano!





Eu juro que queria convidar toda a gente para a minha festa, juro!Mas não podia ser... desculpem lá qualquer coisinha e deixem-me partilhar isto convosco: Foi um dia MUITO FELIZ!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vou ter saudades do mar




Eu sei que ainda não tenho idade para nostalgias, nem tão pouco para saber o que é a saudade.
Na minha idade tão pequenina, tudo é presente e futuro, e o passado ainda mal fincou amarras na minha memória. Moro a 15 minutos do mar todo o ano e já percebi como ele é imenso, tão grande que, por muito esforço que fizesse, nunca o conseguiria trazer todo para dentro da minha banheira. Da mesma forma que é pouco provável que algum louco o consiga beber todo por uma palhinha. Por mais impiedosas que sejam as barbaridades que lhe vamos inflingindo, ele continuará lá à minha espera.
Mas há qualquer coisa de trágico (e mágico) no fim de férias que, hoje, não sei bem porquê, me está a fazer matutar: Mamã, vou ter saudades do mar...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Canta-me uma canção mamã






"À noite,
Há fadas pelo céu,
Gigantes como eu,
Cuidado!
Há sombras na janela,
Peter Pan dança na estrela,
Não acordes na viagem.

Conta-me uma história
De tesouros e luar,
És Capitão da Areia,
E Pirata de Alto Mar.

Agora,
As cortinas têm rostos,
São fantasmas bem dispostos,
Cuidado!
O Super-Homem está a caminho,
Traz o Panda e o soldadinho,
Fecha os olhos e verás.

Conta-me uma história,
De tesouros e luar,
És Capitão da Areia,
E Pirata em Alto Mar.

Às vezes
Há dragões que têm medo,
E é esse o teu segredo,
Cuidado!
Vivem debaixo da cama,
Brincam com o Homem-Aranha,
Vais levá-los no teu sono.

Conta-me uma história,
De tesouros e luar,
És Capitão da Areia,
E Pirata em Alto Mar.
Conta-me uma história,
Onde eu entre devagar,
És Capitão da Areia
Diz-me onde me vais levar".

'Capitão da Areia', in 'Longe', Pedro Abrunhosa

sábado, 10 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Não consigo dormir mamã

Tenho duas dentolas a romper, está um calor desgraçado e não consigo dormir. Nem eu, nem ninguém lá em casa, pois claro!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Precisamos de uma bomba!



A mamã comprou-me uma piscina insuflável para levarmos para a praia! E como a mamã às vezes ainda parece mais criança do que eu, ficou tão excitada que quis logo encher a piscina para eu poder brincar na sala ou na varanda. Então fiquei a ver a mamã a soprar, a soprar, a soprar... a ficar sem fôlego, azul, verde... e a piscina nem se mexia! Lá para a meia-noite a mamã desistiu de soprar e rendeu-se às evidências: "precisamos de ir comprar uma bomba!"

terça-feira, 29 de junho de 2010

Vou para a creche

Já é oficial! Em Setembro vou para a escolinha. Chegou ontem a minha 'carta de admissão'... até me senti uma menina grande! Por lá, vou ter muitos amiguinhos da minha idade, um pátio enorme para as minhas brincadeiras e uma professora que, segundo a mamã, vai fazer actividades muito giras comigo! Agora só resta saber se, quando lá chegar, me vou adaptar depressinha...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Priminha



Gosto muito da minha prima. Ela é o ser mais pequeno da família a seguir a mim, apesar de nos separarem uns bons sete anos de existência. E como todos os seres pequenos de qualquer família que se preze, a C. quer brincar acima de tudo.
Ao contrário dos adultos, ela nunca se cansa nem desdenha das minhas solicitações. Ri-se quando me porto mal, dá-me beijinhos nas bochechas sujas, deixa-me tropeçar nas suas pernas e barrar-lhe o caminho.
Para dizer a verdade, quando a conheci, não atinei com ela por aí além. Assustava-me. É que apesar de ainda ser pequena, a C. consegue fazer mais barulho sozinha que uma orquestra desafinada no início do ensaio. E eu, quando ainda era um nico de gente, desconfiava muito do barulho.
Agora, porém, a prima é a minha melhor amiga pequena. Os seus gestos turbulentos já não me incomodam. A sua vivacidade contagia-me de alegria. Mas é isso que os amigos fazem uns pelos outros, não é? Fecham os olhos aos defeitos, alimentam-se das virtudes.
Gosto da prima sobretudo porque ela gosta de mim. Entendi-o quando, no meio de um abraço trapalhão, a C. disse: “serás sempre, sempre, sempre a minha priminha linda!”. O coração, dos pequenos ou dos grandes, não precisa de GPS: gosta de quem gosta de nós. É simples e seguro. Ou como diriam os economistas, tem ‘capital garantido’.

Dia de concerto




Já vos contei que fui ao meu primeiro concerto? Mas pensam que era um concerto para bebés? "Nã, nã"! Eu cá sou uma 'ganda maluca' e gosto é de música para gente grande. A coisa aconteceu um bocado por acaso, como todas as boas surpresas da vida. O papá, a mamã e eu tínhamos saído simplesmente para dar um passeio no jardim quando nos deparámos com uma banda de freak-jazz... pelo menos foi isso que eu ouvi a mamã dizer! Seja lá o que for, eu gostei! Fartei-me de gingar aos som da percussão e dos bandolins e, além disso, achei imensa àquele cabelo tipo palha-de-aço que os miúdos da banda usavam. Parece que se chamam 'rastas'!
E também já percebi que, quando a gente gosta muito de uma coisa, bate palminhas. Os artistas gostam e agradecem. Parece que lhes enche o ego. E aqueles, coitados, nem tinham ar de quem recebe um grande 'cachet'.... portanto, foi o que eu fiz. Com tanto entusiasmo que até era capaz de jurar que eles tocaram uma música só para mim!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Teste de resistência

Ando tão traquina ultimamente que até perdi o apetite! Pode parecer esquisito mas é mesmo verdade. A mamã põe-me na cadeira da papa, mas eu só quero sair de lá. Que seca, ter de estar sentada a olhar para o ontem.
E, depois, tenho mais que fazer do que engolir a paparoca sem antes analisá-la muito bem. Há lá coisa mais engraçada do que tirar as massinhas da boca e amarfanhá-las com as mãos! Ou pôr à prova a sua capacidade de resistência e atirá-las para o chão! E fazer da sopa creme para a cara ou verniz para a mesa, ãh? Isso então é o máximo. A mamã é que fica desesperada: não sabe onde se escondeu a bebé que comia tão bem e sossegadamente até há umas semanas atrás.
Tsss, tsss... A mamã não percebe nada. Vê-se mesmo que é de primeira viagem....Isto é só uma fase mamã! Isto passa!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Correio da J



A mamã hoje recebeu um email da J.
A J. é uma amiga da mamã de há muitos anos. Não é a sua maior amiga, nem tão pouco a mais presente, acho até que nunca partilharam muitas horas de cumplicidades e segredos.
Mas não são precisas muitas horas para saber que nos sentimos bem quando temos um certo alguém por perto. A J. é uma amiga assim. Dos tempos da faculdade, que é como quem diz, dos tempos em que as maiores preocupações da mamã eram as frequências e arranjar tempo para ir beber um copo ao Bairro Alto.
Uma amiga do tempo em que a mamã e os amigos não passavam de uns miúdos cheios de sonhos, em que tudo se resolvia com um abraço, uma conversa e um cigarro à mesa do café. O Mundo parecia tão fácil e acessível.
A mamã nem sequer sabe bem explicar, mas crê que a magia que a liga à J. - e aos outros amigos desse tal tempo - passa pela simplicidade e a franqueza dos gestos que os uniam.
E mesmo que esses momentos não se repetiam agora muitas vezes, sempre que a mamã está com a J., o R. ou o A. sente-se em Paz, porque o Mundo volta a ser genuíno, repleto de caminhos certeiros e emoções transparentes.
Eu ainda não conheço a J. mas a mamã diz que ela parece uma fada. Eu cá acho que a J. é mesmo uma fada, como as das histórias que me lêem à noitinha. Daquelas que existem para nos relembrar a essência de nós, para nos dar a mão e embalar quando nos perdemos na loucura dos dias. Há pessoas que são um porto de abrigo, ao qual é bom voltar de vez em quando. Mesmo que elas nem sequer saibam disso.

domingo, 13 de junho de 2010

Eles são de Marte



A mamã nunca leu aquele livro do John Gray que se chama "Os Homens são de Marte As Mulheres são de Vénus". Na verdade, a mamã não acredita muito nessas teorias de psicologia de trazer por casa, sejam elas do John Gray ou de outro qualquer pseudo-entendido, porque todos os seres humanos são um intrincado (e por vezes indecifrável) tapete de nuances e fios, que confere a cada uma existência emocional única e incomparável.
No entanto, mesmo sem ter lido as tais páginas, a mamã tem cada vez mais a certeza de que o título desse livro encerra uma grande verdade.

Aqui no meu bairro há muitos meninos e meninas pequeninos. É um bairro novo, cheio de famílias em início de caminhada (só no meu prédio nasceram este ano quatro bebés novinhos em folha, vejam bem!) e como tal, sempre que por aqui passeamos, é um corropio de criançada.
As meninas adoram-me: assim que me vêem no carrinho, a passear com a mamã, vêm fazer-me festinhas na cabeça, perguntam como me chamo e uma mais atrevida até já quis pegar-me ao colo! Os meninos em geral estão mais ocupados com os carrinhos, os triciclos e as bolas. Ontem estava no café com a mamã e veio um menino ao pé de nós, aí com os seus três anitos mal medidos. Primeiro olhou para mim com ar curioso, depois empunhou um guerreiro de plástico, daqueles iguais aos dos desenhos animados que disparam umas pistolas de lazer, virou-o para a minha cara e disse: 'pum, pum, pum!'. Eu cá até achei piada mas a mamã ficou com os olhos tão esbugalhados que pareciam dois berlindes.
A mamã sabia que o menino estava a brincar. A repetir as imagens que vê na televisão e que, na sua inconsciência de menino, reproduz vezes sem conta em casa, na escola, com os amiguinhos, o irmão, os filhos dos estranhos. A mamã sabe que o menino também não sabe e nem sequer imagina o que á a dor, a morte. A mamã sabe que ele brinca com as armas com a mesma pureza e inocência com que brinca com bolas ou carrinhos. A mamã sabe que a culpa é dos adultos que puseram o menino à frente da televisão a ver os adultos fazerem 'pum, pum, pum'.
Mas naquele momento a mamã confirmou uma coisa sobre a qual já desconfiava há muito tempo: as meninas já nascem com instinto maternal, com a capacidade de acariciar e embalar outros pequenos seres, ou à falta deles, os bonecos. Os meninos não. Elas são cuidadoras por excelência, eles são egocêntricos por natureza. Elas são de Vénus. Eles de Marte. O John Gray lá terá alguma razão.

E agora querem rir-se só um bocadinho? Naquele preciso momento também, por um par de segundos apenas, a mamã apeteceu-lhe ser outra vez pequenina, não ter discernimento nem razão, apelar à sua costela de maria-rapaz que continua bem viva, 'engatilhar' a mão, virar-se para o menino e... 'pum, pum, pum'!

Estreia atribulada


Ontem bebi sumo de laranja pela primeira vez, já que esta é uma das frutas que a minha 'pedi' diz que já posso comer a partir dos 10 mesinhos! Quando viemos do passeio, cheias de calor, a mamã fez um belo suminho. E eu, que agora embirrei que só bebo água ou seja lá o que for do copo (só para o meu letinho é que não dispenso o biberon), bebi com tanta sofreguidão que me engasguei. Eu até achei piada: tossia e ria ao mesmo tempo, sobretudo quando a mamã me dava pancadinhas nas costas... enfim, parecia uma tolinha. Mas ela é que não achou graça nenhum e esteve quase para me virar de pernas para o ar para eu desengasgar. Mas não houve necessidade. Assim que fiquei Ok, zás.. marchou o resto do suminho! Hum, k bom!

domingo, 6 de junho de 2010

Ando louca







Agora que corro a casa toda a gatinhar e que me ponho de pé mal vejo uma oportunidade, a casa é toda minha! Eu abro gavetas, atiro com a fruta para o meio do chão, ligo a televisão, puxo os cortinados, saio sozinha da cadeira da papa, enfim... um sem número de cabriolices que pôem o papá e a mamã de cabelos em pé! Eles dizem que agora é preciso ter mil olhos! A toda a hora, porque como já vos contei resolvi fazer umas greves de sono. Mas também do que é que eles estavam à espera? Com um mundo novinho em folha ao alcance dos meus olhos e das minhas mãos, tenho mais que fazer do que estar sossegada! Ou como diria o Sérgio Godinho, "tenho o resto da vida toda para dormir". Ele há poetas cheios de razão.

sábado, 5 de junho de 2010

De lá da praia...





Já sei o que é a praia! Já sei o que é enterrar os pés na areia, metê-la na boca, deixá-la entranhar-se nos dedos e em todas as pregas da pele. Lá para os lados onde fomos, o mar estava bravo e frio, mas parece que é assim que os míudos grandes - uns que vestem fatos de foca e têm uns brinquedos engraçados nos pés - gostam. A mãe é que não é dessas: só molhou os pézinhos! Mas também, coitada, ela não tinha um fato de foca para se aquecer...
Gostei muito do barulho do mar e deixei-me embalar por ele várias vezes. Vá-se lá saber porquê mas a praia dá-me sono. Cada vez que de lá saía, dormia o sono dos justos! Para variar, aliás, porque aqui entre nós que ninguém nos ouve, eu portei-me muito mal nestas férias! Eu conto: resolvi que já sou crescida demais para dormir à tarde. Mas se por acaso insistirem muito comigo, eu vingo-me... faço a sesta só para lhes fazer a vontade, mas depois só fecho a pestana lá para as duas ou três da manhã. Ora se os grandes vão para a borga, eu também tenho o direito de pôr-me de pé dentro da cama e por lá ficar a desafiar as leis da gravidade até às tantas! Ai, e sabem que o papá e a mamã queriam brincar muito aos médicos?! Pois eu fiz tudo para lhes trocar as voltas! Hi, hi, hi, hi...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Uf... que alívio!





Hoje é que fomos mesmo à consulta do papá. Desta vez, tivemos uma lufada de sorte no caminho, porque não houve congressos, complicações no trânsito nem problemas no sistema que adiassem a dita. Mas não foi só desse modo que tivemos sorte: afinal está tudo bem com o papá! O nódulo está lá, na verdade, mas é daqueles mansinhos e inofensivos. O sacana deve é ter um humor negro, a avaliar pelo susto que nos pregou! Mas está tudo bem quando acaba bem, e isso é o que importa! Palavra do Sr. Doutor! E os 'senhores doutores' têm sempre razão, diz e pensa a mamã, que tem montes de gente de bata branca na família, o que lhe dá uma confiança tão inabalável em qualquer profissional da saúde que até ao papá faz confusão...
Agora ficamos com um nódulo de estimação no álbum de memórias da família. Ora se já lá estão os periquitos da avó, o fogareiro do J.C. e até as salsichas com couve da E., porque não haveria de hazer espaço também para um nódulo? Mas isto já sou eu a disparatar...
Agora já podemos ir de férias descansados. Já ganhámos o dia! Ou melhor, já ganhámos muitos dias de felicidade!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Estamos de férias!




E a partir de hoje estamos todos oficialmente de férias cá em casa! A semana passada já tinha estado dois dias sozinha com a mamã - soube tão bem recordar aqueles tempos da licença de maternidade em que todos os dias a mamã era só minha - mas agora é que é para valer! Vejam lá que nem a Maria veio tomar conta de mim! Também se viesse não encontrava cá ninguém. "Vamos a banhos", "fechamos para obras", ouvi eu o papá e a mamã dizerem. Eu ainda não sei muito bem o que é essa coisa de ir a banhos, mas parece que amanhã já vou descobrir. E quando voltar, vocês vão ver: vou ter montes de histórias da praia para contar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os alentejanos sabem-na toda!

Hoje a mamã entrou de férias e, para celebrar, fez-me uma açorda de peixe. Hum... que delícia! Adoro novidades 'gourmet'. E os alentejanos sabem-na toda!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

À Espera





Estamos à espera. Adiaram. Continuamos à espera. À espera da consulta do papá. À espera que tudo não passe de um susto. À espera que a vida não seja madrasta. Que não venha trocar-nos as voltas, desfazer-nos os planos e os sonhos. Estamos parados. A tentar fazer de conta que está tudo bem. Se calhar até está. Temos de acreditar. E se não estiver vamos lutar. Todos. Juntos. Força, papá!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Que fixe mamã!




A mamã e os colegas ganharam ontem à noite um prémio de jornalismo! Eu bem estranhei as horas passarem e ela nunca mais chegar a casa... mas afinal foi por uma boa causa! E a mamã ficou tão contente!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Agarram-me se puderem!




Comecei a gatinhar! Yuhuuuuu! Agora lá vou eu! Gavetas, armários, sapatos, cabeçadas aqui e ali. Ninguém me agarra!
Qualquer dia dão-me a chave de casa!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dia de anos




A mamã fez anos este fim-de-semana e, assim à boa maneira cigana, prolongou a festa por dois dias!
Fomos a sítios onde eu nunca tinha estado. No primeiro, havia muitos bebés, mamãs e papás a brincarem com umas coisas a que chamam talheres. Eu também queria brincar, mas não me deixaram. Parece que tinham medo que eu me magoasse. Nãohá mesmo confiança no poder de intuição de um bebé! Mas não pensem que era a única a aproveitar a festa para fazer das 'minhas'. Os outros pequeninos também são traquinas, que eu bem vi!
A parte melhor veio depois: levaram-me para o Parque dos Índios e aí é que eu me diverti à brava. Não pelos índios, que esses não os vi!
Alíás, esta é uma mania estranha dos grandes: põe nomes às coisas de coisas que não existem! Ora reparem: a Praia das Maças não tem maçãs, nas Laranjeiras não há laranjas, o Vale do Silêncio é barulhento e assim por diante...
Mas falava eu do Parque dos ìndios: Senti o sol e o vento a baterem-me na cara e a obrigarem-me a fazer caretas esquisitas. Depois descobri que a relva é macia (e suja as mãos, que giro!). E que há esquilos nas árvores. Não sei bem porquê mas gosto muito dos sons da natureza. Fico assim a contemplar, e a sorrir para o nada, com 'ar de filósofa', como diz uma amiga da mamã!
À noitinha, cai redonda de sono na cama! Que pena! Eu queria tanto cuscar a festa lá na sala... No dia seguinte veio a 'famelga', como a mamã costuma dizer! Lá no restaurante, fiquei vidrada no aquário! Não tinha peixes, só umas coisas grandes com umas antenas e umas tenazes feias. Parece que aquilo se come, ainda por cima! Bahhh!!!! Os grandes não sabem mesmo o que é bom... não há nada como uma cerelac de bolacha! E ainda por cima não tem de ser martelada!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nove meses




Já cá estou há nove meses, o que significa que já tenho tantos dias de vida neste Mundo como da barriguinha da mamã. É tão pouco, perante a magnitude do infinito do tempo, mas já é tanto para mim. Talvez porque já aprendi muito. Sobre mim e sobre os outros. Aprendi que sou capaz de levar um desafio até ao fim - mesmo que seja apenas empilhar os cubos de cores sobre a mesa da papa -, que faço os outros rirem com o meu sorriso, que a rebolar chego onde quero e, sobretudo, que o Mundo está à minha espera para que eu lhe descubra, a cada dia, uma nova surpresa.
Durante estes nove meses, também já percebi que a vida dos grandes não é fácil, mas acredito que quando eu for grande tudo será melhor. Sim , eu acredito que tudo é possível. Que existem dragões voadores e irmãos koala que cozinham arroz na televisão, na 'menina que ri' e nas conversetas do boneco 'doudou' lá de casa, ou nos bichos falantes e nos heróis de capa e espada dos meus livros de histórias. E é por tudo isso que tudo em mim é tão belo. Porque um bebé, como eu, ensina a ver o Mundo carregado de esperança e possibilidades.