quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Exagerada!

Nonô ainda sentada na sua caminha, logo ao acordar,  após ter choramingado TRÊS SEGUNDOS - ou o equivalente ao tempo da mamã enfiar a chávena do pequeno-almoço dentro do lava-loiça e chegar ao quarto:

- "Nônô choiou (chorou) muto, muto, muto, poque a mamã tar a comé (comer) muto, muto, muto!"

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Paredes

Contos de fadas

      Contos de fadas não fazem as crianças acreditarem que os mostros existem. As crianças já sabem que eles existem. Contos de fadas fazem as crianças acreditarem que monstros podem ser mortos...
Guilbert Keith Chesterton 

Quem dá as prendas?

Mamã: ...quem dá as prendas do Natal, hum?
Nônô: É o avó!
Mamã: O avó?! Então não é o Pai Natal?!
Nônô: Não, é o avô...
Mamã: Mas no Natal quem dá as prendas é o Pai Natal!!!!!
Nônô: É o avô!!!!! O avô!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Amor próprio

Mamã: Ó Nônô, dos meninos lá da escola, de qual é que tu gostas mais?
Nônô: Do Dudu!
Mamã: Então, e das meninas?
Nônô: Da Nônô!

Tá certo...

Liberdade

"Que nada nos defina.
Que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja a nossa própria substância".

Simone de Beauvoir

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Queixinhas

"Abó, Abó (Avó)! Abó patiu (partiu) lápis!"

Paredes

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O céu

«as mães são como lugares onde deus chega. lugares onde deus está e a partir dos quais pode chegar até nós. porque só através delas nos encontramos aqui. e, por isso, não há mãe alguma que não mereça o céu, porque, em verdade, as mães transportam o céu dentro delas, e multiplicam-se a custo, como um ofício, mesmo que dotadas de burrice grande ou estupidez perigosa»

Valter hugo mãe in 'O remorso de Baltazar Serapião'.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Miga!

Ando numa de fazer amizades. E para que não restam dúvidas quanto às minhas intenções, quando a brincadeira, os sorrisos (ou os presentes!) me agradam, elevo logo aquele ser acabadinho de conhecer à categoria de amigo/a. E como levo muito a peito esta lógica, a dona Rosa do café, que agora pôs lá os brinquedos para a malta miúda brincar e que me oferece pastéis de nata miniatura, é a 'seoya miga', que é como quem diz a 'senhora amiga'. Já aquele moço simpático que 'hablava castelhano' lá no restaurante de Espanha e que me deu um balão e uma caixa de lápis de cera para eu não incomodar os papás enquanto jantavam, também é 'um seoyo migo'. A minha priminha, com quem sou capaz de passar uma tarde inteira a brincar, é a 'pima miga' e assim sucessivamente. Ora ontem à noite, andávamos outra vez perto da uma da manhã (não sei porquê mas ando cá com uma espertina!), apetecia-me correr e brincar à apanhada, então arranjei um excelente argumento (ou será graxa?) para convencer a mamã: 'mamã, miga, anda!'
E qual a mamã que resiste a uma confissão assolapada de amizade, mesmo que seja uma da manhã, lhe doam os pés e a cabeça e só lhe apeteça dormir?!

sábado, 10 de setembro de 2011

Imaginação

Descrição de um dia de férias em 30 segundos. Pela Nô. Com muitos gestos palhaços e gargalhadas à mistura. A Nô com veia de actriz. Uma e meia da manhã. Sem pressa. Num hotelzinho onde até o diabo já se esqueceu que perdeu as botas. A Nô comediante. Ou simplesmente feliz por estarmos juntos. Só a pressa de estarmos juntos.
"E figa, toma, pum, pum, pum" - e desata a pisar com o pé as formigas imaginárias no chão do quarto do hotel;
"E peda, peda, salta, pum, pum, pum" - e desata a saltar com os pés juntos sobre as pedras imaginárias no chão de tijoleira do quarto;
"ai gato, ai gati, foge, miaaauuu!" - e desata a correr atrás do gato que não é imaginado mas que dorme há muito, bem longe da porta do hotel;
"E pattuuu, ai, pattuuu, toma bolacha!" - e desata a partir pedaçinhos de bolacha, que atira em arco para o lago imaginado na carpete do quarto, onde os pontos de tapeçaria, pelos vistos, ganharam forma de pato comilão...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Além-fronteiras

E aos dois anos e 40 dias... atravessei pela primeira vez a fronteira. Ele há gente que fala de uma maneira tão engraçada neste mundo! Eu não percebo patavina, mas fico assim de olhos fixos e boca aberta, a tentar perceber...

sábado, 30 de julho de 2011

Ora bolas!

Leonor: 'Paia, paia, Paia!' - enquanto arrastava o braço da mamã para o lado contrário.
Mamã: Depois, filha, depois vamos à praia. Agora, primeiro, vamos ao supermercado...
Leonor: "Não, não, não! Paia, paia, paia!"
Mamã: "Não filha, depois. Senão o que é que a mãe faz para o jantar? Tens de ir às compras!"
Leonor: "Compas na paia!"
Mamã: "E compro o quê na praia para o jantar?"
Leonor: "Boias!" (bolas)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Que Satice!

Mamã: "-Filhotinha, este DVD já não toca, tá riscado, que chatice, não é?"
Nônô: "- Ai, ai, que satice!"

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Macaca de imitação

Nônô toma de assalto a mala da mamã, encontra o maço dos cigarros e muito solenemente tira um, que coloca com a outra mãozinha entre o indicador e o médio. Depois contempla os dedos em 'V' segurando o raio do cigarro, arqueia os lábios, sopra e balbuciona um 'fuhhh, fuhhhh'.

Se não fosse triste - sobretudo porque a mamã já contabiliza três tentativas falhadas para parar de fumar -, até poderia ter piada...

Análise de mercado

Nônô no hipermercado a passar no corredor dos tachos e das frigideiras:

- "Quênte, Quênte, mamã!"
- É filha, os tachos ficam quentes..
- "Quênte e faiz papa, mamã!!!!!"

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Words

"(...)
Mãe não tem limite,
É tempo sem hora,
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E a chuva desaba.
(...)"

Cristina Magalhães

E já lá vão quase dois anos, mamã, de mim e de ti...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O meu melhor amigo

Quando eu choro, fazes-me uma festinha na cabeça. Naquelas manhãs de segunda-feira em que simulo um 'beicinho' triste para adiar a separação dos meus pais, és tu que me dás a mão, lembrando-me que afinal gosto muito de ficar na creche.
Gosto de partilhar os meus cubos de esponja contigo e levar-te a sentir a adrenalina da descida do escorrega do nosso pátio. Mesmo ao longe, conheço o teu boné e a tua mochila e, assim que os vejo pendurados no corredor, começo logo a chamar por ti. Fazemos sestas e corridas juntos. Brincamos ao faz-de-conta e juntos, também, descobrimos o Mundo. 'Fonso' - e desculpa se ainda não sei dizer bem o teu nome, mas a gramática ainda não é o meu forte -, sabes bem que não sou uma rapariga de personalidade fulgurante e extrovertida e que nem sequer gosto de abraços nem beijinhos a toda a hora (muito menos quando mos pedem!) mas, lá no fundo, queria que soubesses que és o meu melhor amigo...

terça-feira, 28 de junho de 2011

À Traição

Logo eu, que até tenho bolacha por 'alcunha', perdi-me de amores por nova iguaria e já não quero saber das bolachas para nada, que estão, coitadas, a amontoar-se em pacotes esquecidos no armário-dispensa. É que entretanto descobri que bom, bom mesmo para mordiscar a todas as horas possíveis é o Chocapic! E gosto tanto que até subo o banco da cozinha para chegar ao armário, proeza que obviamente já deixou a mamã de cabelos em pé e a fazer planos para se mudar definitivamente para uma casa com pelo menos 5 metros de pé direito, onde colocaria tudo e mais alguma coisa a 3 metros do chão...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Novas do dicionário

Sá Chega - Já chega!
Abelhalha - Abelha
Patuu - Pato
Baca - Vaca
Peixe - Peixe
Bichu - Bichu
Cá - Cara
Baço - Braço
Barriga - Baía
Peas - Pernas
Mão - Mão
Pé - Pé
Gois - Olhos
Mais - Mais
Chão - Chão
Quête - Quente
Fio - Frio
Pape - Papel
Meeô - Mano Leo
É Meo - É mêu
Puquê? - Porque?
Pamenhas - Palminhas
Pato - Prato
Coq - Cama
Quatis - Quarto
Peche - Pêssego
Ceresa - Cereja
Chabichá - Xarope
Pépéu - Chapéu
Bassos - Abraço
Bijus - beijinho
Batata - bata
Ana - Ana
Ki ki - Gui Gui (guilherme)
Caixa - Caixa
Mixe - mexer
Berincá - Brincar
Meias - meas
calçs - Calças
Sufa - Chuva
Q'isso? - O que é isso?
Rua - Uá
Vá - vá
Sichas - salsichas
Aqui - Aqui
Baixe! - Para baixo
Sapato - tato
Ixu - lixo
Sufsuf - Sumo
Escui - Escuro
Chão - Chão
Aô - Avô
Esteilha- estrela
Cocó é aquui - Cocó é aqui (a apontar para o bacio)
Sxaco - saco
kekas - cuecas
maqui - máqui

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sou tímida... e depois?

"A timidez, inesgotável causa de percalços na vida prática, é a causa directa, se não mesmo a única, de toda a riqueza interior" - Emil Cioran

Ora, tomem lá!

domingo, 12 de junho de 2011

Rua das Gáveas

A maioria das gentes não merece sequer uma das muitas linhas que lhes são dedicadas nos jornais, diz a mamã. Mas há pessoas, para as quais nem todas as linhas do Mundo chegariam para descrever a grandeza do seu coração. Este texto sai hoje, lá no jornal da mamã. Pequenino, num canto de página, que a maioria das gentes vai voltar sem sequer ler uma linha, quanto mais nas entrelinhas... No entanto, as grandes lições de vida podem ser assim: pequeninas, mas cheias de tudo aquilo que verdadeiramente é importante.

"É numa varanda de sacada, em plena Rua das Gáveas, que Carlos Mascarenhas ainda "parece que vê" a sua Teresa descer aquela rua empedrada e estreita do Bairro Alto.
O bairro onde ambos nasceram e o amor floriu como as sardinheiras, entre marinheiros, pregões e vendedores de jornais, mesmo contra a vontade do irmão dela. Foi dali que saíram para casar, castiços de traje de gala, pingando orgulho de serem os primeiros noivos de Santo António. A madrinha foi a fadista Hermínia Sílvia, que mal lhes conhecia o fado mas mesmo assim emocionou-se na velhinha Igreja de Santo António.
Na casa das Gáveas, nasceu o único filho do amor eterno de Carlos e Teresa e é agora ali que jazem nas prateleiras as fotografias das netas, das quais nada sabe "há anos".
Resta agora só, cada vez mais só, na sua casa com varanda de sacada, Carlos. E a ele, restam-lhe tão somente as recordações. "Ela era a minha vida, a minha alegria. É uma saudade que nunca mais acaba e todos os dias me faz chorar", diz ele, que continua a deslocar-se aos encontros de noivos de Santo António que a Câmara periodicamente organiza, lamentando apenas ter de sentar-se na ala dos viúvos.
"A minha Teresa sempre foi fraca. Nem 40 quilos tinha quando casámos, sofria dos pulmões e chegou a estar no sanatório Rainha D. Amélia. Por causa disso arranjei uma casa ali para os lados da Malveira, que os ares faziam-lhe bem. Ah... e como ela gostava de passear". Os ares da serra deram-lhe força, mas o cancro levou-a em 2006. Só não levou o amor, que ainda consome Carlos numa eterna sudade".

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ÓOO Paiiiiiiííííí!!!!!!






E pimba! Com mais este, já foram três pratos do serviço de jantar à vida! Ó pai, acho que qualquer dia temos de ir às compras...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ser criança

"Ser criança é o melhor do Mundo e também ter a possibilidade de fazer o Mundo melhor..."

Foi com esta frase que eu e a mamã ajudámos a encher o mural lá da escola dedicado ao dia da criança. Ela pensou, repensou e escreveu. Eu esperneei (queria ir brincar para a rua...) e depois bati palminhas! Ora, digam lá que não somos uma dupla imbatível?!...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Juras?




"Eu Juro. Todos os poetas estão do nosso lado. Eu juro. E juro que, um dia, todos os políticos se transformarão em estrelas de rock e que todas as fardas se confundirão com luzes de néon em cidades sem nome. E juro que, um dia, Marc Bolan ressuscitará por trás de um ecrãn gigante de vídeo. E que em todas as ruas se dançará ao som de Lou Reed. Take a walk on the wilde side. E se, um dia, os facistas no pder se transformarem em balas perdidas na multidão, nós sairemos à rua, nós seremos mais fortes, nada nos calará, nada nos derrubará. Eu Juro. "

João Peste, 'Juramento sem Bandeira'


E eu, mamã, juro que jamais serei somente mais uma ovelha do rebanho amputada de convicção; que nunca me vestirei de uma cor só porque sim e convém, e que o medo não me fará peder o norte da justiça nem as coordenadas do bom-senso. Juro, mamã, que não me juntarei oportunamente a quem de direito porque os direitos são de quem tem a razão; que tentarei fazer da verdade a única bandeira, juro ouvir a voz do coração. E por fim mamã, juro que, mesmo que um dia tenha de calar a voz, irei, pelo menos fazer como tu, que aí do alto do teu nariz empinado continuas a cantar esta canção.
Maria Bolacha

Veia artística







E em dia de 'arrumações e limpezas' no computador, descobrimos estas fotos antigas... a mamã a fazer uma entrevista, enquanto eu e um amiguinho aproveitávamos para destruir o cenário do espectáculo! Mamã, quando é que lá voltamos?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Puquê?

"Segunda-feira, manhãzinha cedo e muito pouca vontade de levantar...

Mamã: Está na hora de levantar, vestir, papar e ir para a escolinha...
Bolacha: Puquê?..."

Kê quesso!








"À tardinha, no café, para lanchar com a avó:

Avó: Queres pão ou bolo?
Bolacha: Kê quesso!*

*Leia-se 'queijo', a minha mais recente descoberta gourmet!

domingo, 15 de maio de 2011

Parabéns mamã!

E foi assim que eu hoje cantei os 'Parabéns' à mamã, pelo seu 33º aniversário:


"Pa-ta-do-pado-pa. pa-ta-do-pado. pata-do-d-dodo. Mamããããããs!!!!!!!!!!!"

P.s. Logo seguido de muitas, muitas palminhas!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

New Look





Fui ao cabeleireiro pela primeira vez! E ao contrário do que a mamã esperava, portei-me muito, muito bem. Saí de lá com os caracóis aparados e uma franjinha à Beatriz Costa que - tenho de vos confessar -, na segunda-feira fez cá um furor na creche...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mamã, já sei de onde vêm os bebés!

"A Leonor está sentada na carpete verde e felpuda da sala a ver desenhos animados, a pouco mais de meio metro de distância do ecrã... por mais que lhe digam, não há meio de convencer esta miúda que os bonecos não vão fugir da tela mesmo que se afaste um pouco e dê espaço de manobra ao olhar. De repente, parece assalta por um imenso sentido de urgência, algo que não pode sequer esperar que o Ruca chute a bola no ecrã para ser revelada à mamã. Vira-se, levanta a camisola, estufa a barriga para fora, aponta para o umbigo, sorri e diz com o ar mais feliz deste Mundo e do outro : "Bebé, bebé!". A mamã olha-a incrédula. Não há grávidas em casa nem na creche (pelo menos que ela saiba!), e as que passam na rua concerteza não trazem explicação acessível ao domínio infantil sobre o que esconde a sua barriga. Pode ter sido 'uma coincidência, pode querer dizer outra coisa', pensa a mamã.
Pergunta-lhe então: "O bebé está na barriga?". Leonor ri com os olhos, as bochechas, os caracóis, um riso barulhento e bom que lhe sacode o corpo todo. Acena feliz com a cabeça, e ora apontando para a barriga ora aconchegando qualquer coisa imaginária no regaço, grita "Bebé, bebé, bebé", com a certeza de quem descobriu o segredo do mais belo milagre do Mundo..."

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"METAUUUUUU"

"O papá está a ouvir um álbum de heavy metal, a sua grande perdição desde a adolescência. A mamã entra na sala, equilibrando a travessa entre a turbulência das diabruras da Nônô. O pai vira-se para as duas, põe os dois dedos em riste, assume um tom de voz gutural e vocifera: "Heavy MetaLLLLLLL!", porventura evidenciando a contradição de um Domingo em que o sol brilha lá fora e as trevas reinam no sistema Hi-Fi. A filha não vai de modas: estica os braços e abre os dedos todos das maõzinhas, coloca os lábios em 'Ô', e rosna também ela: "METAUUUUU".

sábado, 7 de maio de 2011

Aprender a ser gente

A propósito de certas coisas que se vão vendo e ouvindo neste Mundo, a mamã explicou-me que é preciso ter "muito chá e comer muita canja de galinha" para que uma pessoa seja gente grande... madura, sensata, inteligente. E há quem viva muitos, muitos anos e tenha muitos centímetros de altura (e até de largura!) e, mesmo assim, não consiga ser grande. Parece que o problema é que esses chás e caldos não são iguais àqueles que existem nas prateleiras dos supermercados.
Crescer é essencial, viver ajuda, pôr o coração à frente e perceber que a vida é uma maratona de afectos e não uma prova de velocidade onde só importa ganhar, também... e, já agora, ler um poema como este, que foi uma das coisas que ajudaram a mamã a trilhar o caminho que a tornou uma Mulher com 'M' graaande...

"Se conseguires conservar o bom senso e a calma
Num mundo a delirar e para o qual o louco és tu,
Se continuas a acreditar em ti com toda a força
quando todos os outros de ti duvidam,
Se és capaz de esperar sem desesperares,
E enganado, não mentires ao mentiroso,
Ou sendo odiado, ao ódio te esquivares,
E mesmo assim não pareceres santo nem pretensioso...
Se és capaz de reflectir sem que a isso só te dediques,
Sonhar mas estares acima do sonho,
Se experimentares a queda e o triunfo
e tratares esses dois impostores por iguais,
Se continuares a dizer bem de quem te calúnia
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
Se consegues ver o bem oculto em todo o mal
E continuares a sorrir ao amor dos teus amores ...
Se fores capaz de ver a verdade que falaste,
transformada em embuste para tolos,
E ver cair por terra tudo o que na vida construiste
E conseguires refazê-la com o pouco que te reste
Se arriscares numa única jogada
Tudo o que ganhaste,
E ao perder, perderes sem palavra uma agreste
Voltando ao princípio para começar de novo,
Se forçares coração, nervo e músculos, tudo
A renovar um esforço há muito vacilante,
E já exausto restar ainda em ti a vontade que ordena: 'presiste'!
Se vivendo entre o povo fores virtuoso e nobre
E, entre reis, não perderes a humildade,
Se amigo ou inimigo, fraco ou poderoso
Para ti forem iguais à luz da eternidade
Se quem conta contigo encontra mais que a conta,
Se podes empregar os sessenta segundos
de cada minuto em obra de tal monta
que cada minuto se espraia em século fecundo

Então tua será a terra
E tu, meu filho, serás Homem"

'If', Rudyard Kipling

domingo, 1 de maio de 2011

Dia da mãe





Que para nós, são mesmo todos os dias!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Aprendi a contar!

um - umm
dois - dos
três - tês
quatro - quaco

Entre outras palavrinhas...

mala - mala
pau- pau
mais -mais
bicho - biche
limpa - impa
coelho - coio
caiu - caié
colo - cois
avião - abiao
má - má
mau - mau
mimir - dormir
tchau - tau
chapéu - péu
Carro - caro
Obrigada - bigades
Iogurte - Iogo
dormir - mimir
Jesus - jizus
Dá cá - Dá Cá
Pátio- Pátis
Queijo - queije
quente - quente
papel - pape
Não - Não (esta digo tantas vezes que vocês nem imaginam! A mamã desconfia que estou destinada a ser da oposição!)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

tss...tsss... Que vergonha!



Hoje fui almoçar com a mamã e o papá a um restaurante daquela célebre cadeia de fast-food americana, onde gostam muito de crianças. Eles gostam tanto de crianças que criaram menus onde até saem brindes que a criançada adora, têm espaços de brincadeiras só para elas, fazem-lhes festas de anos, têm uma mascote que é um palhaço etc e tal.

Gostam tanto, tanto, tanto, mas tanto de criancinhas que até têm uma fundação para apoiar as mais desfavorecidas. Basta largarmos (nós) mais umas moedinhas lá na caixa. Só não aquecem é a minha sopinha, pois é proibido pelo regulamento. E realmente, porque haveriam eles de aquecer a minha sopa de bebé feita em casa com sete ingredientes orgânicos se lá também vendem sopa, de receita rápida mas certamente a pensar nas criancinhas... Tss... tsss.. que vergonha tio Sam!

sábado, 23 de abril de 2011

Quem não tem...

"Pontos fracos quem nao tem
Somos grandes e pequenos também
Temos medos e vaidades
Somos fixes e fazemos maldades"

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Não é para entender

Há coisas que eu não entendo! Se houve tolerância de ponto desde as 13h00, se a maioria dos serviços nem sequer funcionaram, se na minha rua passam metade dos carros, se o País está parado e a minha creche nem sequer abriu... porque raio é que os meus pais ainda estão a trabalhar?

quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu sei tudo!

O papá foi a um concerto com os amigos e a eu e a mamã ficámos sozinhas em casa a brincar com os legos... e acreditam que não me queriam contar tudo? Bolacha: "Papá, papá, papá?' Mamã: "O papá está a trabalhar, depois vem'. Bolacha: "Nã, nã, nã!'

sábado, 19 de março de 2011

Dia do Pai


O Mundo é grande, belo e seguro aqui no alto dos teus ombros, papá.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Novo repertório

Pão - Pão Kittie - Tities Caiu - Caiéeee Colo - Couou Olá - YÁÁÁÁÁ! Pé - Pé Xixi - XCHXCHXHCH... Abre - Abiá Fecha - Abiá (Também!) Bolo - Bo ou boilu

quarta-feira, 9 de março de 2011

Adoro a Titie


Depois do panda e da minha ovelha de dormir, agora também adoro a Kittie. E é tal a paixão, que até já aprendi a dizer o nome dela, mas com o meu habitual sotaque de bebé.

A mamã já se arrependeu de ter decorado o meu quarto com os animais da quinta, porque eu apanhei lá em casa um catálogo com a mobília da Kittie e fiquei doida, a apontar para as imagens e a repetir 'tittie, tittie, tittie!", como quem diz "mamã, eu quero!".

Pois... mas agora não dá, que os tempos são de crise e, segundo a mamã, "não se trocam móveis assim como eu troco de pijama".
Mas a mamã já deixou no ar que, se calhar, lá mais para a Páscoa, talvez venha um peluche grande da Kittie ou um rádio com orelhas, laço e bigodes. Pelo menos, foi isso que eu a ouvi a dizer, em conversa com a minha avó, naquelas longas conversas que só elas têm à noite, no meio da cozinha. Humm... será que vale a pena começar a fazer a contagem decrescente?!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mamã trapalhona

Depressa, depressinha, que se faz tarde para ir para a escola. É sempre assim de manhã, de segunda a sexta, - que felizmente ainda há fins de semana e feriados para rebolar na cama até tarde. A mamã arruma as peças de lego que eu espalhei pelo chão da sala, enquanto ela tomava o pequeno-almoço a correr. Pega criteriosamente em cada peça, faz mira e lança-a em voo directo para dentro do respectivo caixote, onde rapidamente vai crescendo uma pilha de cubos coloridos. Eu estou sentada no chão da sala e olho entediada para a rotina de arrumação. A mamã alcança outra peça, lança-a pelo ar, mas a pontaria falha e o cubo saltita pela sala, arrancado queixas ao chão de madeira. Aí, eu levo as mãos ao peito e atiro-me para trás em garagalhadas trocistas. Era capaz de jurar que me dói a barriga de tanto rir. Depois aponto para a mamã e, de dedo em riste, aviso-a: "ai, ai, ai, ai".

sábado, 29 de janeiro de 2011

Dezoito meses





"Faz hoje um ano e meio que és minha e eu sou tua. Dezoito meses de pequenos passos e grandes conquistas, em que ambas crescemos. Muito.
E se já não és a bebé pequenina que cabia nos meus braços, é porque estás cada cez mais menina, mais companheira e cúmplice - como todas as mães e filhas devem ser.
Ensinaste-me a ser melhor quem sou. Mais sensata, generosa e, sobretudo, mais forte. Já não dúvido que o amor é feroz e que pode ser para sempre. Fizeste-me viver mais o momento presente mas deste-me a certeza de que jamais estarei sozinha no futuro. O futuro, aliás, somos nós, juntas, perante essa maravilhosa revelação que é a vida. Deixa-me dizer-te, porém, que nem tudo nesse caminho será assim tão fácil. Mas eu prometo lutar como um gigante quando o mar ameaçar a proa. Por ti, serei capaz de tudo, meu amor. Minha luz, carne da minha carne, a minha vida. És minha. Minha."

A mamã

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Preferências gourmet

Sou bom garfo... ah, pois sou. Não viro a cara a nada e estou sempre pronta para papar, a qualquer hora, tenha eu a barriga confortavelmente cheia ou ainda vazia.
Se for preciso, e quando vejo que a malta grande lá de casa está com pouca convicção para começar a dar ao dente, até ajudo a pôr a mesa. Mal vejo o corropio de tachos na cozinha, enfio o babete pela cabeça e empurro a minha cadeira da papa em direcção à mesa, assim como quem diz: "eu estou pronta. E isso? Quando é que sai?"
E como cada um é como cada qual, também já tenho os meus pratos favoritos...


1º Frango assado com arroz de cenoura

2º Croquetes (de frango) com arroz de ervilhas

3º Ravioli fresco com rúcula e queijo mozarella (na verdade, a rúcula para mim só serve para brincar... mas a mamã insiste em servir o prato completo!)

4º Filetes de peixe com arroz de brócolos

5º Esparguete à bolonhesa

6º Ovos escalfados com ervihas

e ainda ...

Bacalhau com Natas (mas shiuuu... não digam nada à minha pediatra!)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Não gosto de acordar cedo

... sobretudo em dias frios. Sair da cama, abandonar o aconchego do meu edredon - que além de ser quentinho, tem um enorme urso de olhos ternurentos desenhado- e tirar o pijama, é um ritual capaz de me levar às lágrimas.
Eu até gosto de ir para a escolinha e, diga-se em abono da verdade, que depois de estar vestida, fico logo bem disposta e a imaginar o dia de brincadeiras que me espera. Mas não gosto de ser arrancada da minha cama, ainda de olhos colados de sono. E o pior é que a mamã diz que será sempre assim. É a "vida". Bolas, mas porque é que a vida não pode começar ao meio-dia?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Memória

No último dia do ano, a tia R. deixou-nos uma mensagem sobre o valor da vida. Palavras de um amor supremo, libertadas por um coração à flor da pele. Mas sobretudo palavras que não tiveram medo de enfrentar o mais profundo dos nossos medos. A mamã emocionou-se ao ler a mensagem da tia R, tanto que - embora o desejasse - nem sequer a conseguiu reler. Às vezes, o silêncio é a maior das concordâncias. Mas a mamã não quer esquecer estas sábias palavras e tomou a liberdade de as transcrever aqui. Porque também é pela memória desse amor supremo que existe este blog.


"Quero memória

Quando percebi que os meus pais também iam morrer, decidi morrer com eles, ainda pequena, loira e queimada pelo Sol, numa campa debaixo da Terra, onde ficaríamos os três de mãos dadas, para a eternidade. Muitas vezes pensava quem ficaria ao lado de quem, para onde iriam os amigos, os irmãos, os cães. Aí imaginava um grande campo de areia que albergasse por debaixo da quentura do Sol dezenas de corpos de que não queria afastar-me.
Hoje peço para morrer antes de todos. Antes dos filhos, antes do meu grande amor. E digo-lhe, já sabes, quero ser cremada e não dar trabalho a ninguém, e se for preciso desligar a máquina, fá-lo por mim, com rapidez. Refaz a tua vida. Encontra uma mulher que te mereça e que te faça feliz, que te alivie a solidão. Não fiques sozinho.
Hoje acordei a pensar na morte. Na quantidade de pessoas que já me morreram. Hoje acordei a pensar que não quero morrer. Que não posso morrer. Agoniada. O que acontece quando morrermos?
Será que vou lembrar-me dos meus filhos, do meu amor, dos cães e dos gatos? Não quero esquecer-me. Preciso lembrar-me na carne do vosso cheiro, do vosso calor. É isso que quero para 2011. Que tudo permaneça mais ou menos igual, todos juntos, de mãos dadas."
R.G.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Hobbie radical

Ora aqui está um gato com bom gosto e grandes afinidades com a minha pessoa: puxar e arrastar pela casa os rolos de papel higiénico também é um dos meus hobbies favoritos! Deve ser por causa disso, aliás, que o papá e a mamã passaram a colocá-los cada vez mais alto...

Dicionário de bebelês (cont.)





Ando a ensaiar as primeiras frases, que acompanho entusiasticamente com gestos para o caso de haver alguém a tentar fazer 'orelhas moucas'.
São coisinhas muito simples mas muito importantes na azáfama do meu dia. Claro que ainda não pronúncio na perfeição nenhuma delas, mas como o ouvido da mamã já está a ficar treinado, cada vez conversamos melhor!
Iu kei bericá - Eu quero bolacha
Hem cá papáa - Vem cá, papá!
Paiah, paiah mamãã - Pára, pára mamã!
Ê meo - É meu!
Babe - Babete
Tiáá babe - Tira o babete
Numhá - Não há
Paiã - Panda (aquele da televisão que pelos vistos é a primeira grande paixão assolapada da minha vida... ainda mais do que o Rui lá da creche)
Uga - Chucha
Cáca - Cócó