sábado, 29 de janeiro de 2011

Dezoito meses





"Faz hoje um ano e meio que és minha e eu sou tua. Dezoito meses de pequenos passos e grandes conquistas, em que ambas crescemos. Muito.
E se já não és a bebé pequenina que cabia nos meus braços, é porque estás cada cez mais menina, mais companheira e cúmplice - como todas as mães e filhas devem ser.
Ensinaste-me a ser melhor quem sou. Mais sensata, generosa e, sobretudo, mais forte. Já não dúvido que o amor é feroz e que pode ser para sempre. Fizeste-me viver mais o momento presente mas deste-me a certeza de que jamais estarei sozinha no futuro. O futuro, aliás, somos nós, juntas, perante essa maravilhosa revelação que é a vida. Deixa-me dizer-te, porém, que nem tudo nesse caminho será assim tão fácil. Mas eu prometo lutar como um gigante quando o mar ameaçar a proa. Por ti, serei capaz de tudo, meu amor. Minha luz, carne da minha carne, a minha vida. És minha. Minha."

A mamã

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Preferências gourmet

Sou bom garfo... ah, pois sou. Não viro a cara a nada e estou sempre pronta para papar, a qualquer hora, tenha eu a barriga confortavelmente cheia ou ainda vazia.
Se for preciso, e quando vejo que a malta grande lá de casa está com pouca convicção para começar a dar ao dente, até ajudo a pôr a mesa. Mal vejo o corropio de tachos na cozinha, enfio o babete pela cabeça e empurro a minha cadeira da papa em direcção à mesa, assim como quem diz: "eu estou pronta. E isso? Quando é que sai?"
E como cada um é como cada qual, também já tenho os meus pratos favoritos...


1º Frango assado com arroz de cenoura

2º Croquetes (de frango) com arroz de ervilhas

3º Ravioli fresco com rúcula e queijo mozarella (na verdade, a rúcula para mim só serve para brincar... mas a mamã insiste em servir o prato completo!)

4º Filetes de peixe com arroz de brócolos

5º Esparguete à bolonhesa

6º Ovos escalfados com ervihas

e ainda ...

Bacalhau com Natas (mas shiuuu... não digam nada à minha pediatra!)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Não gosto de acordar cedo

... sobretudo em dias frios. Sair da cama, abandonar o aconchego do meu edredon - que além de ser quentinho, tem um enorme urso de olhos ternurentos desenhado- e tirar o pijama, é um ritual capaz de me levar às lágrimas.
Eu até gosto de ir para a escolinha e, diga-se em abono da verdade, que depois de estar vestida, fico logo bem disposta e a imaginar o dia de brincadeiras que me espera. Mas não gosto de ser arrancada da minha cama, ainda de olhos colados de sono. E o pior é que a mamã diz que será sempre assim. É a "vida". Bolas, mas porque é que a vida não pode começar ao meio-dia?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Memória

No último dia do ano, a tia R. deixou-nos uma mensagem sobre o valor da vida. Palavras de um amor supremo, libertadas por um coração à flor da pele. Mas sobretudo palavras que não tiveram medo de enfrentar o mais profundo dos nossos medos. A mamã emocionou-se ao ler a mensagem da tia R, tanto que - embora o desejasse - nem sequer a conseguiu reler. Às vezes, o silêncio é a maior das concordâncias. Mas a mamã não quer esquecer estas sábias palavras e tomou a liberdade de as transcrever aqui. Porque também é pela memória desse amor supremo que existe este blog.


"Quero memória

Quando percebi que os meus pais também iam morrer, decidi morrer com eles, ainda pequena, loira e queimada pelo Sol, numa campa debaixo da Terra, onde ficaríamos os três de mãos dadas, para a eternidade. Muitas vezes pensava quem ficaria ao lado de quem, para onde iriam os amigos, os irmãos, os cães. Aí imaginava um grande campo de areia que albergasse por debaixo da quentura do Sol dezenas de corpos de que não queria afastar-me.
Hoje peço para morrer antes de todos. Antes dos filhos, antes do meu grande amor. E digo-lhe, já sabes, quero ser cremada e não dar trabalho a ninguém, e se for preciso desligar a máquina, fá-lo por mim, com rapidez. Refaz a tua vida. Encontra uma mulher que te mereça e que te faça feliz, que te alivie a solidão. Não fiques sozinho.
Hoje acordei a pensar na morte. Na quantidade de pessoas que já me morreram. Hoje acordei a pensar que não quero morrer. Que não posso morrer. Agoniada. O que acontece quando morrermos?
Será que vou lembrar-me dos meus filhos, do meu amor, dos cães e dos gatos? Não quero esquecer-me. Preciso lembrar-me na carne do vosso cheiro, do vosso calor. É isso que quero para 2011. Que tudo permaneça mais ou menos igual, todos juntos, de mãos dadas."
R.G.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Hobbie radical

Ora aqui está um gato com bom gosto e grandes afinidades com a minha pessoa: puxar e arrastar pela casa os rolos de papel higiénico também é um dos meus hobbies favoritos! Deve ser por causa disso, aliás, que o papá e a mamã passaram a colocá-los cada vez mais alto...

Dicionário de bebelês (cont.)





Ando a ensaiar as primeiras frases, que acompanho entusiasticamente com gestos para o caso de haver alguém a tentar fazer 'orelhas moucas'.
São coisinhas muito simples mas muito importantes na azáfama do meu dia. Claro que ainda não pronúncio na perfeição nenhuma delas, mas como o ouvido da mamã já está a ficar treinado, cada vez conversamos melhor!
Iu kei bericá - Eu quero bolacha
Hem cá papáa - Vem cá, papá!
Paiah, paiah mamãã - Pára, pára mamã!
Ê meo - É meu!
Babe - Babete
Tiáá babe - Tira o babete
Numhá - Não há
Paiã - Panda (aquele da televisão que pelos vistos é a primeira grande paixão assolapada da minha vida... ainda mais do que o Rui lá da creche)
Uga - Chucha
Cáca - Cócó